Dizem que a Irlanda tem 40 tons diferentes de verde, por causa do seu clima chuvoso e ao mesmo tempo constante devido a corrente marítima do golfo. Sua temperatura de na média de 12  graus  é responsável pelas gramas suculentas que alimentam as milhares de ovelhas espalhadas por toda a ilha esmeralda.

Ir a Irlanda e só ficar em Dublin é um sacrilégio, pois o melhor que este país tem a oferecer está no interior e não nas cidades grandes. Não é preciso muito tempo para dar uma “esticada” de Dublin. Por ser um país pequeno em no máximo 3 horas já se está na costa oeste, que é na minha opinião o ponto alto do passeio. Como já citei no post de Dublin, tem várias excursões saindo de lá para o interior.

Bem mas vamos a viagem que eu fiz. Tivemos sete dias inteiros para explorar o interior. Saindo de Dublin em uma hora e meia se chega em Kilkenny, a cidade medieval mais conhecida da Irlanda.

Esta charmosa cidadezinha foi construída praticamente ao redor do Castelo de Kilkenny.

 

Primeiramente construído como forte pelo rei Ossory e reconstruído em pedra em 1191 pelo Earl de Pembroke, foi com o clã dos Butlers que o castelo teve seu auge. A família residiu no castelo de 1391 a 1935 e em 1967 eles vendem o imóvel ao Estado por 50 libras!

Destaque para a Long Gallery onde esta exposta a coleção de obras da família Butler.

Kilkenny tem várias belas catedrais espalhadas pelo centro medieval como a Black Friar´s ou a Abadia de Francis. As fotos abaixo são da Igreja de St.Mary.

 

O ponto alto da igreja são os mosaicos atrás do altar.

Par os adoradores de pubs, esta pequena cidade possui nada mais nada menos que oitenta deles sendo o mais famoso o Kyteler´s Inn. Sua primeira proprietária foi a Dama Alice Le Kyteler que por ter acumulado uma fortuna e ter tido 4 maridos provocou a inveja de muitos da pequena cidade. Acusada de bruxaria em 1324, ela consegue escapar da fogueira e graças a “importantes contatos” consegue fugir para a Inglaterra.

De Kilkenny continuamos em direção sul até a província de Cork, mais exatamente ao oeste tendo como base a cidade de Skibbereen. O vilarejo em si não tem nada de especial e sim a paisagem, antes de chegarmos ali demos uma parada no Old Head of Kinsale, pertinho da cidade de Kinsale.

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Ás vezes ficar em B&B também é um luxo quando se tem esta vista ….

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Bayview B&B  Phil Minihane Paddock, Aughadown, Skibbereen, Co.Cork, 028-38276. 70 euros por casal.

No meio da ilha ao fundo da segunda foto, se pode avistar o castelo Kilcoe (restaurado pelo ator Jeremy Irons), há binóculos para os hóspedes curtirem melhor a paisagem.

De Skibbereen saímos para explorar a península de Mizen Head. Por não ter uma costa tão recortada, este roteiro não é tão famoso entre os visitantes.

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Dali fomos subindo em direção à península de Beara. Seu trajeto de 140 km é conhecido como o “Ring of Beara”.

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Não tão famoso como o “Ring of Kerry”, este trajeto é considerado por muitos, mais bonito que o de Kerry, concordo plenamente, além de se encontrar bem menos turistas.

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Só abro um pequeno parênteses para o fato de que viajar pelo interior da Irlanda requer muita atenção principalmente ao longo da costa. Em muitos trechos passa apertado dois carros ( como na estradinha da foto acima ), as ovelhas também não são nem um pouco ariscas e andam no meio da rua livremente, além de que dirigir do lado esquerdo pode ser um desafio para muitos. Mas apesar de tudo isso, carro é o melhor meio para se locomover com liberdade pelo interior e vale muito a pena.

Mais um B&B de encher os olhos na  na península de Beara (75 euros por casal) perto de Kenmare. Vista do nosso quarto.

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No dia seguinte partimos para o tão famoso “Ring of Kerry”. Mas por sugestões dos próprios nativos, resolvemos fazer somente “metade” dele. Seguimos ao longo da costa até a cidade de Waterville e dali seguimos em direção do vilarejo de Glencar cortando o vale das montanhas de Caha.

De acordo com os próprios moradores da região, a melhor parte do trajeto de 180 km é a costa sul entre Parknasilla e Sneem. É extremamente desaconselhável fazer este trajeto no mês de agosto por exemplo, pois há muitos ônibus de turistas que praticamente entopem as pequenas estradinhas do anel. Tivemos sorte por já ser setembro e não tivemos problema.

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Dali seguimos rumo à península de Dingle. Tinha grandes expectativas com esta região, pois já tinha ouvido falar que seria um dos pontos altos da costa. Realmente tenho que concordar que a península de Dingle é mágica.

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Ali encontra-se a Irlanda propriamente dita com a sua língua original o Gaeltacht que é preservada com muito orgulho pelos seus moradores, apesar de que todos também falam inglês. Algumas placas de vilarejos nesta região só estão neste idioma o que na maioria dos casos é totalmente diferente do equivalente em inglês. 

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A cidade de Dingle em si esta mais para um charmoso vilarejo com seu pequeno porto e pubs. O povo dali é muito simpático tirando uma péssima experiência no “The Dingle Pub”. Ali o que importa é jantar rápido, caro e esvaziar a mesa o mais rápido possível para o próximo cliente. Recebemos a conta antes mesmo sem antes pedir, só prova que tal local é pega-turista…. uma pena.

As estradas de Dingle podem ser uma aventura à parte principalmente quando se esta atravessando o Conair Pass. Descendo do alto de 500 metros se tem uma vista de perder o fôlego do vale, lagos e da baía. 

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Dingle é também rica em monumentos pré-históricos e da Idade Média como por exemplo o Oratório de Gallarus  ou as cabanas colméia que serviram de abrigo a famílias do ano 1000 antes de Cristo até o ano de 1200.

Saindo de Dingle fomos seguindo rumo a norte e pegamos a balsa em Tarbert rumo a Kilimer na província de Clare por ser mais rápido e assim não precisamos atravessar a cidade de Limerick.

Assim como o Brasil é famoso pelo Pão de Açúcar no Rio, na Irlanda o mesmo é verdadeiro para os Penhascos de Moher, ou no original, Cliffs of Moher.

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Esta formação rochosa que se estende por 8 km e tem uma caída vertical de 214 metros é realmente impressionante.

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Mas como não deixaria de ser como qualquer outra famosa atração, só se pode andar ao longo dos Cliffs numa faixa limitada artificial feita exclusivamente para os turistas, pois o resto é de propriedade particular. O estacionamento custa 8 euros. Enfim pode ser frustrante para alguns que gostariam de curtir mais este lindo lugar mas que infelizmente ficou meio que artificial.

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Ainda bem perto dos penhascos de Moher, se encontra uma paisagem bem diferente conhecida como The Burren. Trata-se de uma grande área de formações rochosas de calcário que fazem lembrar a superfície lunar.

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Apesar de não haver solo própriamente dito, a natureza brota de cada fenda e na primavera, há várias espécies de flores que nascem no meio das rochas. Esta região é também rica em arqueologia, principalmente da época neolítica  assim como da Idade Média.

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Pernoitamos na simpática cidade universitária de Galway. O seu centro medieval se concentra na William Street. Por ser pequeno pode ser facilmente explorado à pé. Dali seguimos no dia seguinte para a cidade de Letterfrack onde é a entrada para o Parque Nacional de Connemara.

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Quatro das doze montanhas que formam o Twelve Bens se localizam no parque. É possível escalar o Diamond Hill ( uma hora até subir ao topo ). É aconselhavel jaqueta impermeável e sapatos anti-escorregadios para a subida.

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O visual lá de cima compensa qualquer esforço. Não precisa ser expert para subir, há caminhos de pedra para facilitar a escalada.

Vista do Lago Kylemore e da Abadia Kylemore.

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Construído em 1868 pelo aristocrata Mitchel Henry e sua família, o palácio é abandonado pouco tempo depois com a morte de sua esposa. Desde 1920 administrado pelas freiras belgas que fugiram da Primeira Guerra Mundial, esta abadia é hoje em dia um internato para meninas. É possível visitar os jardins e a igreja neogótica. ( 12€ por pessoa ).

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Continuamos pela estrada N59 que reservaria outras grandes surpresas como o maior fjord da Irlanda (14 km de comprimento) ao longo do Killary Harbour. Há passeios de barco ao longo de todo o fjord.

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Fomos seguindo rumo norte até a província de Sligo ou a terra do famoso escritor Yeats. Uma das marcas registradas desta região é a montanha plateau Benbulben que a kilometros de distância pode ser vista com suas impressionantes formações rochosas.

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Já na província de Donegal o percurso de Killybegs até Glencolumbkille também conhecido como a Slieve League é um dos trajetos mais bonitos de toda a viagem.

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Ainda na província de Donegal passamos pelo Glenveagh National Park que é considerado o mais bem perservado de toda a Irlanda com espécies raras de animais.

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